A Pedra
Nestas portas de entrada sem cobertura e tão escura,
Entram camaleões e lições tão impuras, entregam aos
Desfavorecidos a oportunidade de olhar o sol a nascer
Mas a morrer sem nos ter aquecido as canelas (…)
A chave é dos que cruzam a mentira,
Se tem código a escola é selectiva, onde a cozinha
Não escreve o que o WC pode ler, nem o quarto lê o que
A sala sublinha!!!
Aqui a cama é inerte como candeeiro, onde os pedreiros
Alcançam e erguem a noção vaga de beijar um letreiro;
Nestas portas de entrada
Saem filhos que a vida não viu a nascer; morrem cegos
Que o mundo silenciou,
Nesta porta de saída ficam estagnados, pacientes
de ira e ferrados de sida
Todo o mundo vê o que o não podem ler!
O mundo grita o silencioso rasgado na pedra,
Festejam os contados do mar desta historia,
Este sal é de todos e também daquela vitória
Que as ondas trouxeram a margem desta aurora!
Este corredor é também o resto de Áfrika (…)
Nestas portas de entrada emigram ideias paridas
Em noites de plenilúnio, arquitectando imagens
Cidades, e alimentando o subúrbios de raiva,
Onde contam o devaneio no senso do conformismo
Nas margens destas páginas enfrento estas rochas
Que um dia… a historia guardará para nós um rodapé!!!
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