domingo, 10 de janeiro de 2010

Comentários

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(1929)







Em virtude de querer quebrar a palavra

Perdi a paciência esperneando-me nas lendas

Da velha Europa, para dizer que não nasci em Belém



Não há lupas assim como martelo para julgar

Essa presunção, não há homens nem animais para

Testemunhar essa pregação;

Não há tartarugas nesta máquina, não há

Serpente como na epístola,

Há sim pântanos…e hipócritas ansiosos em tossir e cuspir

Ao mesmo tempo (…) começam onde terminam e não

Dizem nada!!!



Dos pólos aos escribas voadores;

esses não são carnívoros

Onde se encontram mastigam as barbas e salivam o asfalto (…)



Não nasci em Belém

Tão-pouco nesta relatório,

Chamam-me palanca (…)

O ensaio da minha estupidez!

O ensaio da minha estupidez!

(1931 S. Dalí)







Ainda ocultam o olhar aos pés descalços

Feridos e exausto, que caminham só

Que caminhar na incerteza da conquista e do abandono

Cleópatra deste pantanal, vírus que sacode a memoria de malária (…)



Santidade peta proceridade!

O olhar aparta-me mazelas

Porque reprimem o meu preâmbulo? Senão me conheceis?

Das mulheres jogadas à rua; das crianças lançadas ao alheio,

Chamam-me e me servem os restos do diletantismo,

Me ruam e me envergonham em retratos (…)



Fiquem descansados, já não irei incomodar-vos (…)



Detectam na minha composição sanguínea

Os vestígios de um passado atrasado e mal arquitectado!

Que de dia e noite preencheu a razão do vazio,

Na sonolência de bem tagarelar e encornar as cerimonias!



Desisto ensaiando a minha estupidez para os deuses…



Acho que não tenho razões de ouvir os heróis,

Eu sou o objecto da minha entrega, o ensaio da minha

Estupidez! Sou o fundo deste presente, o letreiro sem ângulo,



Sou a palavra onde não tem livro

O livro onde não tem gente, o deserto de água salgada (…)

A Inversão Da Corda

A Inversão Da Corda

( 6 de Agosto)


A pregoada era aquela voz recalcitrante

Na porfia para a diferença, de um lado os ouvintes,

doutro os ditadores de carapuças, Com os iníquos

decretos, fanáticos aduladores sem vergonha



Não tem ciência adormecer nesta corrida,

cómicas e as substancias caras de pobres contista!



Mãe, vamos ao kimbo onde a porfia é o cacimbo

Lá não há impostos! Os canais fazem a enxada

Irrigam o estômago e dão fôlego a esse estado!

A consciência para novas historias!!!



Abandonemos logo esta cumplicidade…

De querer salvar-se em jornais e outros processos,

(…) Abandonem já este paraíso diabólico a

Película cómica do crucifixo…



A nossa razão não é a economia de mercado, é

O lucro da força em amar a terra e, ser reconhecido pela

Natureza a harmonia de uma grande partilha,



De que origens são estas balbúrdias, o desencanto no olhar

De cada geração; que cresceram da procura, e vivem

sem saber o caminho para a procura…

Ninguém Fecha A Porta



Ninguém Fecha A Porta

(1945 Abril)





Na sombra desta estação

Termina a sessão ambígua ,à voz da multidão

Algemada no ritmo da tragédia!!!



Cai a sentença dos mártires, é lido o paragrafo 75 na fé do

Poder, de uma realidade ingénua,

Logo, abrem-se as chamas!!!



Chegou a palavra na terra…

O mel de muitos scapegosts, o doce espanto entrelaçado

A esta praça de terror, desumana, imediata e vergonhosa;

Neste vaivém onde poucos se procuram na dor destas chamas



Ó sombra incandescente, liberta-me desta pestilência

Liberte os diabos da minha libertinagem, e queima a ilusão

da cadeira,

Dos pensamentos estranhos aos sorrisos de cada protocolo



Também sei que é a ponte do meu vazio

Espero não ser o fim deste drama, quero continuar como

Actor nesta perseguição… onde ninguém está condenado a

Sair

Fechem a porta (…) por favor

O Veneno Das Gerações (1942 Washington)

O Veneno Das Gerações (1942 Washington)







Chamam-me drink

Embriago cadeiras e desvirtuo senhoras,

Sou concorrido quando comando os meus adeptos,

Uns me conhecem, outros ignoram-me por nunca

Os ter beijados;



Atrofio corações e estrago os lares prematuros

Brilho em cada esquina, onde faço dupla com a

Vontade da carne!



Sou a máscara dos tribunais, luto contra a

Honestidade dos homens para com deus!

Mostro a continuação do verdadeiro mundo

Activando os pelos que proibiram no jardim



Ofusco a personalidade de ninguém,

Irrito a sua garganta, quando escorrego como

Alcatrão nos seus pulmões, diminuo a sua visão,

A capacidade de pensar e dou-te a tuberculose

Antes da missa!!!



Sou lendário!

Cosmopolita, por isso os títulos vão de maconha

Crack á cocaína; o meu cadastro é original para

Cada povo!



Sou a alegria dos manifestantes, o rosto dos grevistas

Estou no currículo de celebridades,

Sou o tétano do subúrbio, o desespero de uma nação.



Estou onde há mulheres e diabo (…)