terça-feira, 2 de setembro de 2014

Reitor destaca papel das universidades para os objectivos do milénio


 

Reitor destaca papel das universidades no cumprimento dos objectivos do milénio

O Reitor da Universidade Agostinho Neto (UAN), Orlando da Mata, disse hoje, em Luanda, que o subsistema de ensino superior é um dos sectores onde mais se sente os ganhos e os indicadores mensuráveis dos objectivos do desenvolvimento do milénio.

 
O responsável fez esta afirmação quando dava as boas vindas aos participantes da conferência sobre o desenvolvimento sustentável “Angola Pós 2015” que decorre no campus da UAN, numa organização do Ministério do Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).


Para si, a presente conferência decorre num local de ensino, saber e ciência, e é justamente na área de educação, em geral, e no subsistema de ensino superior que se vê e se sente os ganhos e os indicadores mensuráveis de acordo com os objectivos do desenvolvimento do milénio.


“Este campus universitário e a construção de outros campus nas diferentes regiões universitárias do país e, por conseguinte, a expansão de universidades públicas e privadas em todos país, bem como o aumento de estudantes neste nível são, dentre outros, os avanços na direcção do cumprimento destes objectivos”, explicou.


Estes pressupostos, acrescentou, garantem a melhoria da qualidade de vida das populações e acabar-se com a fome e a pobreza, daí que o “Angola Pós 2015” merece a contribuição todos.


Segundo o responsável, em Setembro de 2000, líderes mundiais reuniram-se naquela que foi considerada a cimeira do milénio, onde reafirmaram as suas obrigações comuns com toda a população mundial, particularmente a mais vulnerável e em especial as crianças.


Comprometeram-se, lembrou, a criar mecanismos e a cumprir com determinados objectivos que foram denominados “objectivos do milénio” com vista a erradicação da pobreza e garantirem um desenvolvimento sustentável dos países, bem como o futuro das gerações.


Destes objectivos, de acordo com o reitor, são contemplados a erradicação da pobreza extrema e da fome, garantir a educação básica para todos, a igualdade do género, a diminuição da mortalidade infantil, bem como a melhoria da saúde materna, o combate ao Hiv-sida, a malária e outras doenças endémicas.


Garantir a sustentabilidade ambiental, além de se estabelecer um compromisso global, compromissos assumidos por Angola neste mesmo ano e no ano de 2013 foi felicitado pelo Fundo das Nações Unidas para  Alimentação e Agricultura (FAO) pelo facto de ter alcançado o primeiro objectivo do milénio.

 

ONU As três importantes metas antes de 2015


 

 A oficial das Nações Unidas em Angola, Amélia Russo, disse hoje, sexta-feira, em Luanda que a nível global, a redução da pobreza, o acesso à habitação e à água potável foram importantes metas atingidas pelos países membros antes do ano estabelecido, 2015.

 

Falando sobre a “Agenda Global Pós-2015”, na Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável: Angola 2015”, Amélia Russo salientou que pela primeira vez a pobreza começou a ser monitorada, mostrando que tanto o número de pessoas vivendo em extrema pobreza quanto os índices de pobreza caíram em todas as regiões em desenvolvimento,incluindo na África Subsaariana, onde os índices são mais altos.


Enaltecendo os esforços do Governo angolano no combate à pobreza, referiu que estimativas preliminares indicam que em 2010, a percentagem de pessoas vivendo com menos de 1,25 dólares por dia caiu para a metade do valor registrado em 1990.


Sem particularizar os dados,  disse que a  percentagem de pessoas vivendo em musseques nas zonas urbanas baixou de 39 por cento 2000 para 22 em 2012, com isso mais de 200 milhões de pessoas ganharam acesso a fontes seguras de água potável, saneamento básico e residências mais condignas e menos sobrelotadas.


Sob o lema “O Mundo que Queremos”, disse o Grupo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDG) promove  consultas nacionais inclusivas em 50 países a nível do mundo para estimular o debate sobre a agenda de desenvolvimento pós 2015, 19 dos quais em África, abrangido Angola.


“A consulta para o desenvolvimento da agenda pós-2015 é um processo inclusivo e transparente, no qual  universidade, a média, o sector privado, sindicatos sociedade civil e decisores têm a oportunidade de exercerem o direito de serem ouvidas para que as suas opiniões sejam incluídas na visão de desenvolvimento pós-2015”, deu a conhecer.


Em Angola, acrescentou, a média, deputados, o sector privado, sociedade civil e crianças tiveram a oportunidade de exercer o direito de serem ouvidas para que as suas opiniões fossem incluídas na visão de Angola para o desenvolvimento pós-2015.

O processo de consulta nacional resultou na produção de um relatório que reflectiu as aspirações e contribuições de Angola para a discussão global sobre a agenda de desenvolvimento pós-2015.


Como prioridade para o desenvolvimento pós-2015, com base  na visão ampla e múltipla da sociedade angolana,  foram destacados acções de reforço de combate à pobreza, redução  das desigualdades, educação e formação, segurança alimentar e nutrição, acesso à saúde, parceria global de desenvolvimento, continua redução da  mortalidade materno-infantil.


Igualdade de distribuição  da riqueza, crescimento e emprego, combate do Hiv/SIDA  outras doenças,  entre  outros.


A Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável: Angola Pós 2015 reune membros do governo, directores  nacionais, representantes de organismos internacionais, professores universitários e outros especialistas.

 

 

Descentralização em Angola é a chave para o combate à pobreza

O director nacional da Administração Local do Ministério da Administração do Território (MAT), Belisário dos Santos, disse hoje, em Luanda, que o combate à pobreza que atinge alguma parcela da população depende do processo de descentralização efectiva, concebidos no quadro de uma organização inovadora e moderna do Estado.

 

O responsável fez esta afirmação quando apresentava o tema “A liderança na governação no contexto dos desafios actuais” na conferência sobre o desenvolvimento sustentável “Angola Pós 2015”, que decorre no campus da UAN, numa organização do Ministério do Ambiente e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
De acordo com o responsável, que representou o ministro do MAT, Bornito de Sousa, muitas das sociedades actuais são caracterizadas por forma de administração e gestão fortemente centralizadas, resultando daí modelos de exercício do poder, cada vez mais afastados das realidades, das pessoas e dos seus interesses e aspirações.
 
Na sociedade angolana, acrescentou, onde ainda pontifica um poder governamental de decisão mais ao nível central, também se colocam questões similares sobre as quais é importante reflectir.

“Só através de processos de regionalização/descentralização efectivos, concebidos no quadro de uma organização inovadora e moderna do Estado, se poderá avançar progressivamente para a correcção de assimetrias e desigualdades regionais e locais e a mitigação das injustiças que historicamente têm penalizado o interior e as regiões desfavorecidas e carenciadas do país”, disse.
Para si, este pressuposto deve estimular a participação das populações na resolução dos problemas locais, regionais e nacionais, assim como tornar mais racional e equilibrada a ocupação do território e colocar travão à destruição acelerada de zonas verdes, dos recursos naturais e à irracionalidade urbanística.
Pobreza em Angola
 
Neste contexto, a abordagem territorial orientada para uma perspectiva de desenvolvimento sustentável exige, entre outros requisitos, a compreensão do quadro institucional em torno da qual se organizam as interacções sociais localizadas.
Pensar a gestão do território, disse, do ponto de vista do desenvolvimento sustentável, implica perceber o território como palco central das dinâmicas de desenvolvimento, ou seja, uma unidade que dispõe de recursos activos específicos (materiais e imateriais) e não transferíveis de uma região para outra, relacionados com cada história local, e que os utilizam num determinado modelo de organização produtiva, em que interagem sistemas económicos, sociais e ambientais.   
De acordo com o prelector, a política governamental que orienta a construção e a estruturação de novas centralidades deve articular-se para a criação de amplos espaços e zonas verdes que, no interior das cidades, em quantidades e dimensões a estimar em função dos empreendimentos económicos e da densidade populacional, funcionarão como verdadeiras estufas a dar maior qualidade de vida e a mitigar os efeitos da poluição de vária ordem que assola a   cidade.
 
Territórios com intensas áreas verdes, acrescentou, arborizadas e construídas com ciclo-vias, quadras polidesportivas, cursos de água e pequenas cachoeiras, bem como a criação de reservas biológicas ou pequenos parques de conservação ambiental, seja no interior das cidades e das vilas, seja em torno destas, permite-nos visualizar um ambiente de estabilidade entre os iversos ecossistemas nas vilas e cidades,o que são hoje uma   tarefa inafastável para os gestores públicos.   

Administrar o território numa lógica de desenvolvimento sustentável impõe que a Administração reflicta e oriente sua acção naquele que é um dos grandes imbróglios da actualidade angolana: produção e tratamento do lixo - disse.   

Para si, se se quiser um ambiente saudável e em plena harmonia com a natureza é necessário que, primeiro a estratégia de gestão das vilas e cidades não se descuide da necessária atenção com o cuidado e o tratamento   dos resíduos sólidos, e que a recolha selectiva do lixo e a necessidade de sua reciclagem sejam um facto,    propiciando oportunidades alternativas de trabalho e de renda.