sábado, 16 de janeiro de 2010

O meu testamento

O meu testamento





Tive fundos, mundos e universos

Socorri milionários, prostitutas e corruptos,

Hoje a idade denuncia-me e a minha família antecipa

As cinzas da minha geração…



Lutei, chego ao fim da guerra!

Continueis porque restam batalhas



Escrevo este testamento, na incerteza de não a terminar

Pelo número de famílias que agora é infinito

Até sinto a felicidade no corredor da morte a irritar-me



Deixo o meu feitiço aos meus amigos, a frota de mulheres aos

Meus tios, a minha aldeia aos meus vizinhos, o parque ao

Governo, e os restaurantes ao veneno do público



Os meus gostos apurados pelas melhores coisas da vida… e um

Interesse permanente pelos valores morais mais altos aos

Esquizofrénicos na «praça» da independência



Proíbo a minha esposa de outras vontades, e oprimo as

Minhas filhas a casarem-se com vagabundos de Tókio



As contas da Rússia devolvam aos asmáticos da rua 11

Os meus filhos que se abre a aberração

Deixem o meu cargo livre, tenho a certeza de poder regressar!

Na terra onde os mortos acordam e os vivos correm!!!

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