INEFICÁCIA DA INSPECÇÃO ESCOLAR
CAUSAM DEBILIDADES NO ENSINO EM LUANDA
Francisco Bussulo
As debilidades pedagógicas e administrativas verificadas nas instituições de ensino existente em Luanda, foram apontadas como as causas que derivam da fraca actuação da inspecção escolar a nível de Luanda pelos professores e estudantes universitários ouvidos pelo Factual.
Ouvidos pelo Factual, os estudantes universitários apontaram a fraca actuação da inspecção escolar como um dos índices de fracasso no perfil de saída dos estudantes do ensino primário para o secundário e estes para o ensino superior em Luanda.
Fernando Correia, estudante de pedagogia no ISCED de Luanda é da opinião que “estas instituições são fictícias, vistos que os problemas ligados ao ensino e aprendizagem nas instituições privadas e estatais, não estarem a merecer um olhar atento e cauteloso dos gabinetes de inspecção escolar de cada município a nível da capital”.
O pedagogo Fernando correia acrescentou por outro lado que os problemas afectos a educação não devem ser banalizados, “não se trata de direitos de consumidores mas de direito inalienável a uma educação integrativa para a personalidade, a educação não é um negócio é um compromisso com o país”, concluiu.
Para o sociólogo André Garcia Marques, incompetência, é a expressão máxima para caracterizar o problema que, um grupo de pessoas têm e estes por sua vez vão passando as debilidades para quem possui horizontes traçados para a melhoria da educação nas instituições de ensino e no seio dos docentes.
André Garcia Marques, acrescentou que “as consequências acabam por vir à tona, onde os resultados do mau aproveitamento, são expressos em percentagens desiguais. Os filhos de quem nada possuem para melhorar o nível de aprendizagem fica comprometido e são os responsáveis deste sector que nada dizem”, avançou.
“Os gabinetes e as direcções vocacionadas para inspeccionar a educação em Luanda e os seus agentes não funcionam no campo prático porque, a maior parte dos professores não possuem competências vocacionadas para esta área; e as instituições são banalizadas pelas direcções municipais, o que compromete negativamente o perfil da escola e dos estudantes como elementos indiciadores dos relatórios anuías de aproveitamento na província de Luanda”, concluiu.
Timóteo de oliveira licenciado em pedagogia para área de didáctica, disse ter constatado irregularidades no funcionamento interno das instituições em que este já teve a oportunidade de passar, irregularidades ligados ao processo evolutivo dos estudantes nomeadamente na falta de material didáctico de apoio aos professores, cantina para os alunos, pequenos reservatórios de água, incumprimento interrupção dos intervalos maiores e menores para os professores e alunos e salas em miniatura.
“Digamos que há instituições em que alguns métodos tradicionais administrativos e de ensino ainda superam as evidências de um sistema moderno, e das perspectivas que o estado angolano necessita empreender”.
Timóteo de oliveira acrescentou por outro lado, que a iniciativa privada é louvável mas, condena a pratica de métodos que em nada ajuda a engrandecer o nosso sistema de ensino e chama a razão as instituições de direito para intervir enquanto, não se fez tarde”, aconselhou.
É de salientar que um inspector escolar deve assegurar que a escola pública ou privada funciona em conformidade com a lei de base do sistema de educação (LBSE) e com os demais normativos em vigor; ter uma intervenção assídua nos resultados escolares, um controlo organizacional do ano lectivo, uma auditoria nas administrações financeiras das escolas, avaliando as estruturas internas e externas.
O factual tentou ouvir a direcção provincial da educação de Luanda mesmo com o envio de uma carta, mas até ao presente momento só silencio pode ecoar.
Exmos. Senhores,
ResponderEliminarqueiram por favor receber esta denuncia contra o Colégio S. Francisco de Assis Luanda Sul em Talatona com os seguintes fundamentos:
- o colégio tem professores estrangeiros a trabalhar com vistos ordinários e nalguns casos com visto de turismo;
- o colégio tem professores a lecionar em ciclos que não possuem habilitação profissional para o fazerem;
- o colégio serve-se do nome do instituto de Cambridge, quando a autorização foi-lhe retirada;
- o colégio não reúne no refeitório condições de higiene apropriadas, tendo equipamentos avariados e não garantindo a higiene da alimentação;
- o colégio tem professores, alguns deles com pouca experiência e outros a trabalhar na empresa à mais de 3 anos sem os vincular, alterando, após os 3 anos o número de funcionário e mantendo-os ao serviço.
Pelo exposto, e dado que se trata de um colégio com mensalidades milionárias que apenas uma minoria tem acesso e tendo nós profissionais também habilitados para lecionarem devendo-se promover os nossos jovens, sem continuar a fomentar estas empresas que enriquecem sem cumprir os requisitos legais a que estão obrigadas, Venho solicitar a Vossas Exs. que se dignem a averiguar as situações descritas e a procederem a uma inspeção às instalações.