NOVA YORK - Um transplante de sangue pouco comum pode ter curado um americano da Aids, afirmaram médicos nesta quarta-feira. O homem, que tem cerca de 40 anos e mora em Berlim, recebeu um transplante de sangue feito a partir de células-tronco adultas em 2007 para tratar uma leucemia. O doador tinha uma mutação genética que conferia uma resistência natural ao HIV. Três anos depois do procedimento, os médicos constataram que o paciente não tem sinais do câncer ou da infecção por HIV, segundo um relatório publicado na revista 'Blood'.
- É interessante comprovar que medidas extraordinárias podem curar alguém com o HIV. Porém, o procedimento é muito arriscado para se tornar o tratamento padrão - afirma o médico Michael Saag, da Universidade de Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, e conselheiro da HIV Medicine Association, instituição formada por médicos especialistas em Aids.
Os transplantes de médula óssea - ou de sangue criado a partir de células-tronco adultas - são usados no tratamento contra o cãncer. O processo envolve a destruição do sistema imunológico do paciente com radiação e medicamentos e a sua substituição a partir das células de um doador compatível. O risco de mortalidade do procedimento é de cerca de 5%.
- Não podemos aplicar a descoberta nos pacientes saudáveis porque o risco é muito alto, principalmente se eles estão respondendo bem aos antirretrovirais.
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