Não Quero Iludir Ninguém…
(C.D 1519)
Não quero iludir ninguém
Simplesmente dizer o que vi e ouvi,
Não quero ser testemunha em chafurdas dos
Denegridos nem tão-pouco dos desaparecidos
Quero continuar no rodapé desta lenda
Na sineta indolente do suor, e no meio desta corda
Muitos buscam os ícones da rebeldia
Eu me envergonho com os mesmos dizeres que atraem
Cabeludos a peregrinarem nestas ruas…
Para mim ainda que me queixe de fome,
Não tenho razões para mastigar a borracha colorida
De um P, perdi os órgãos sensoriais e o sentido H,
Ainda que me queixe de escola… não vejo o quadro
Nem conheço a textura facial da minha última filha!
E não sei se é minha ou é sua!
Nesta sala falam para mi ou comigo?
Cortam-me os braços… já não quero pintar!
Deixem-me em paz… esqueçam-me por que sei que
Vós se envergonhais de mim!
A terra é vossa, ó deuses do meu aqui!
Seres de corações acrobáticos/vendedores de noites,
Estou desarticulado… até já ando lado a lado,
Não quero iludir ninguém… quero ressuscitar
Não quero iludir ninguém… enterrem o regime
Do meu código angustiado
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