FISSURAS
São fossas sem retorno
A ingratidão de um rei fora do trono,
Perdido no ardil do forno
Por infâmia indelével do suborno!
São fossas sem retorno!
O beijo desperdiçado no outono,
Estatelado no haste sedutor das
Pétalas do inverno!
Num silêncio nocturno
Festejam as libélulas taciturnas!
Os portunistas do tempo
Vendedores de urnas!
Em tempo de falsos templos
Apaga-se o olhar ríspido de arrogância,
De quem se serve da ignorância
Dos indefesos cupidos à fome
São fossas sem retorno,
Um destino incerto
Para o cúmulo da exclusão
De quem se serve no retorno da ilusão!
Abrem-se as clausuras da história,
Lascam-se nas crónicas feridas
Com verdades ácidas, e impiedosas
armaduras
nesta Angola, que se escreve e se conta!
Bussulo Dolivro, Poesia inédita.
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