quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Jovens em LuandaEntre a pirataria e a sobrevivência


Cresce o número de jovens que se dedicam a pirataria de materiais eletrónicos como Cds de vídeo, áudio e outros produtos cosméticos na capital da provincial de Luanda, meios pelos quais sobrevivem centenas de jovens na capital de Luanda.

 

Os jovens “piratas” são maior parte Discos Jóqueis (DJ), na periferia e centro da cidade (localizados nos terraços dos edifícios) onde produzem e copiam músicas, vídeos em Cassetes VHS e CD (Compact Disc) e HD (High Difinition) para a sua comercialização nos mercados dos Kikolo, Asa Branca, Congolenses e Kwanzas.

 

Os jovens naturais de Luanda, Malanje, Bengo, Bié e Benguela, possuem aparelhos de alta tecnologia, que os possibilita copiar CDs, Cassetes, Disquetes e outros meios eletrónicos de sons para a sua venda às Redes de Jovens “Piratas” criadas com o objectivo de expandir vídeos clipes angolanos e músicas nos mercados do Cazenga, Sambizanga e Viana e Cacuaco.

 

O Factual abordou alguns jovens que se dedicam ao hodierno crime da pirataria, que sem rodeia assumiram serem detentores da pirataria por razões da falta de emprego e oportunidade, no mercado de trabalho angolana.

 

André Simão, de 19 anos de idade é natural do Bengo, e assume ser “Pirata” por influencia de amigos, que o ensinaram a tocar no manuseio de programas virtuais, e pelos quais conseguiu montar no bairro da Petrangol, Sambizanga Estúdio musical, onde grava e copia por dia mais de 100 CDs para a sua venda nos mercados do Panguila e Kwanzas.

 

“Chegamos a fazer mais de 10 mil Kwanzas por dia em cada caixa de 50 CDs-cópia, e acho ser algo satisfactório para o nosso trabalho”, disse.

 

Edilson Gomes de 20 anos é considerado na Rua Ngola Kiluanje, Cazenga, como o “Make Money” alguém com capacidades em dar solução a quase tudo, ele falsifica Bilhetes de Identidade, Certificados, Cremes para Cabelo de marca TCB, embalagens de água, cartões escolares e Bolderoux.

 

“Prefiro fazer isso do que roubar e depois ser apanhado e cumprir uma pena na cadeia, é uma alternativa, que tenho para sobreviver”, confessou.

 

É de recordar que o responsável da Direcção Nacional dos Direitos de Autor do Ministério da Cultura, Pinto Baptista, afirmara numa palestra sobre “Problemática dos direitos de autor e conexos”, dada em Agosto à margem da Feira Internacional da Música e da Leitura, que decorre de 13 a 19 de Agosto que a pirataria leva abaixo todo um esforço intelectual de um indivíduo e cria perturbações mentais ao autor, por ver roubada a sua obra.

 

“Temos que começar a sensibilizar. Por tudo quanto é lugar vimos espalhados obras copiadas e trabalhos pirateados a circular sem que haja a noção dos direitos de autor. Tudo isto tem que ser alterado”, disse.

 

“Vimos jovens que cometem o plágio, bem como artistas que não têm sequer o mínimo de consideração pelo trabalho do outro nem, em alguns casos, a noção da situação. Temos que ensinar a garantir a respeitabilidade pelos direitos de autor”, sublinhou.

 

 

 

Segundo o relatório da ONU intitulado “Emprego de Jovens: Perspectivas da Juventude na Busca de Trabalho Decente em Tempos de Mudança“ divulgado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA).

Dá conta que a taxa de desemprego global de juventude atingiu seu recorde histórico em 2009, quando cerca de 75,8 milhões de jovens ficaram desempregados. Em 2010, a taxa de desemprego global de jovens era 12,6%, muito maior do que a taxa de desemprego mundial adulto de 4,8%.

Hoje, cerca de 152 milhões de trabalhadores jovens são de famílias que estão abaixo da linha da pobreza (vivem com menos de 1,25 dólar por dia), compreendendo 24% dos trabalhadores pobres do mundo.

 

 

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