A falta de espaços culturais e de lazer, como pequenos parques infantis, creches e lares de recriação na comuna de Cana-Cassala, província do Bengo, está a preocupar o corpo docente e familiares que residem há mais de 15 anos naquela localidade da cidade de Caxito.
A comuna, que
conta somente com uma escola do primeiro ciclo, não possui espaços de lazer para
os estudantes da primeira classe, tão-pouco projectos diversificados para a
diversão dos mais petizes. Esta situação está a retrair a motivação dos
familiares que consideram prioritária a existência destes espaços para o
desenvolvimento sadio das crianças.
Cana-Cassala, que
está a ultrapassar as dificuldades sociais e de integração comunitária anteriormente
visíveis, carece, actualmente, de mais apoio para a sua integração cultural,
social e económica, a fim de satisfazer as exigências das mais de 500 crianças
residentes na comuna.
Crianças ouvidas
pelo Factual manifestaram a necessidade da existência de pequenos centros comunitários
para a sua diversão, durante as férias, após as aulas e nas actividades infanto-juvenis.
Argumentaram que das
vezes que assistiram às actividades de género em nada lhes valeu, por faltarem
cenários lúdicos para a sua felicidade.
Domingas Mendes,
de 12 anos, revelou ao Factual ter sido abusada pelos seus tios no município do
Úcua, porém, a sua vida começou a melhorar assim que encontrou uma escola na
comuna de Cana-Cassala, mas espaços de recreação ainda constituem um sonho para
completar as suas ansiedades.
Professores
ouvidos pelo Factual explicaram tratar-se de uma iniciativa que depende de
todos, mas que se necessita de recursos financeiros e logística suficiente para
a criação de espaços culturais, nas escolas e no interior da comuna. Ademais, o
executivo local deve orientar as administrações para localizarem terrenos favoráveis
para a construção de tais espaços.
No mês de Junho, crianças
daquela localidade da cidade de Caxito estão quase esquecidas, dada à falta de
interactividade com o seu mundo infantil, à lavra, ao trabalho doméstico
forçado e à venda de pequenos víveres ao longo da estrada que dá acesso à
cidade de Caxito, sendo uma obrigação dos pais, depois das aulas, tanto no período
da manhã como no período da tarde.
O relatório de
seguimento das metas da CIMEIRA MUNDIAL PELA INFÂNCIA DE 2000 indica que o
Estado angolano consagra prioridade à criança e estabelece o princípio de que a
protecção à família e a promoção do desenvolvimento harmonioso da personalidade
da criança e do jovem é uma responsabilidade do Estado, da Família e da
Sociedade.
Nesta base, o
Parlamento angolano ratificou, em Novembro de 1990, a Convenção sobre os
Direitos da Criança, adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de
Novembro de 1989.
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