quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Crianças de Cana cassala anseiam por dias melhores


 

 
Bengo

A falta de espaços culturais e de lazer, como pequenos parques infantis, creches e lares de recriação na comuna de Cana-Cassala, província do Bengo, está a preocupar o corpo docente e familiares que residem há mais de 15 anos naquela localidade da cidade de Caxito.

 

A comuna, que conta somente com uma escola do primeiro ciclo, não possui espaços de lazer para os estudantes da primeira classe, tão-pouco projectos diversificados para a diversão dos mais petizes. Esta situação está a retrair a motivação dos familiares que consideram prioritária a existência destes espaços para o desenvolvimento sadio das crianças.

 

Cana-Cassala, que está a ultrapassar as dificuldades sociais e de integração comunitária anteriormente visíveis, carece, actualmente, de mais apoio para a sua integração cultural, social e económica, a fim de satisfazer as exigências das mais de 500 crianças residentes na comuna.

 

Crianças ouvidas pelo Factual manifestaram a necessidade da existência de pequenos centros comunitários para a sua diversão, durante as férias, após as aulas e nas actividades infanto-juvenis.

 

Argumentaram que das vezes que assistiram às actividades de género em nada lhes valeu, por faltarem cenários lúdicos para a sua felicidade.

Domingas Mendes, de 12 anos, revelou ao Factual ter sido abusada pelos seus tios no município do Úcua, porém, a sua vida começou a melhorar assim que encontrou uma escola na comuna de Cana-Cassala, mas espaços de recreação ainda constituem um sonho para completar as suas ansiedades.

 

Professores ouvidos pelo Factual explicaram tratar-se de uma iniciativa que depende de todos, mas que se necessita de recursos financeiros e logística suficiente para a criação de espaços culturais, nas escolas e no interior da comuna. Ademais, o executivo local deve orientar as administrações para localizarem terrenos favoráveis para a construção de tais espaços.

 

No mês de Junho, crianças daquela localidade da cidade de Caxito estão quase esquecidas, dada à falta de interactividade com o seu mundo infantil, à lavra, ao trabalho doméstico forçado e à venda de pequenos víveres ao longo da estrada que dá acesso à cidade de Caxito, sendo uma obrigação dos pais, depois das aulas, tanto no período da manhã como no período da tarde.

 

O relatório de seguimento das metas da CIMEIRA MUNDIAL PELA INFÂNCIA DE 2000 indica que o Estado angolano consagra prioridade à criança e estabelece o princípio de que a protecção à família e a promoção do desenvolvimento harmonioso da personalidade da criança e do jovem é uma responsabilidade do Estado, da Família e da Sociedade.

 

Nesta base, o Parlamento angolano ratificou, em Novembro de 1990, a Convenção sobre os Direitos da Criança, adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de Novembro de 1989.

 

 

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