O ensaio da minha estupidez!
(1931 S. Dalí)
Ainda ocultam o olhar aos pés descalços
Feridos e exausto, que caminham só
Que caminhar na incerteza da conquista e do abandono
Cleópatra deste pantanal, vírus que sacode a memoria de malária (…)
Santidade peta proceridade!
O olhar aparta-me mazelas
Porque reprimem o meu preâmbulo? Senão me conheceis?
Das mulheres jogadas à rua; das crianças lançadas ao alheio,
Chamam-me e me servem os restos do diletantismo,
Me ruam e me envergonham em retratos (…)
Fiquem descansados, já não irei incomodar-vos (…)
Detectam na minha composição sanguínea
Os vestígios de um passado atrasado e mal arquitectado!
Que de dia e noite preencheu a razão do vazio,
Na sonolência de bem tagarelar e encornar as cerimonias!
Desisto ensaiando a minha estupidez para os deuses…
Acho que não tenho razões de ouvir os heróis,
Eu sou o objecto da minha entrega, o ensaio da minha
Estupidez! Sou o fundo deste presente, o letreiro sem ângulo,
Sou a palavra onde não tem livro
O livro onde não tem gente, o deserto de água salgada (…)
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