quarta-feira, 30 de junho de 2010

NA PENUMBRA, DOS SONHOS, AQUI, AS MINHAS LÁGRIMAS ANOITECEM

AQUI, AS MINHAS LÁGRIMAS ANOITECEM

(1980 EGIPTO)







Já não importam as chamas da liberdade

Assim como já não tenho pressa de ser enganado

E viver, porque, todos aplausos no néctar

Da emoção têm sentidos estranhos,



Ainda há água turva nestes cabides?



Os charlatães são lavados, neste jogo, apanhados e

Acorrentados sentados;



Já fui alvo nos debates e, nos aplausos da plateia,

Zungaram venenos para secar os meus lábios

Silenciaram a nudez nas rochas! Onde os passos

Anunciavam as eras, da asneiras da minha geração!



Cuidado com o que me fazeis!!!

Os passos marcados no chão não retrocedem em vão,

Ainda há um cantar no olhar deste soletrar;



Se perdem no tempo e chamuscam dizeres

Afastam-se de mim e abnegam os meus verdadeiros

Retratos, «aqui as minhas lágrimas anoitecem»



(…) Quem descreverá o meu sentido itinerário

A este presente, atrás dos créditos que não chegam?

Deste luto inebriante de promessas a passos divididos?...

Quem?









NA PENUMBRA, DOS SONHOS

(1984 SUDÃO)







Retomaram-se os pés perplexos e hirtos, quando

Lançaram as mãos queimadas na oração…

Fugiu a sombra das vidas, fugiram os corpos das almas,

Imóveis degenerados nas coordenadas

Desta penumbra…



Começou assim, o hino num olhar labirinto,

A clareza despida das nuvens, sob a harmonia nos

Catetos dessa imobilidade, agora nas palmas algemadas;

(…) Escrupulosamente uniram-se as mãos em febre,

Tudo porque não havia espaço para enxergar os sonhos (…)



O coro é o mesmo, e…

Foi deixado assim... na dependência dos inocentes e

Independente da sombra perseguida,



Juro aos que verem e ouviram na penumbra dos sonhos!

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