AQUI, AS MINHAS LÁGRIMAS ANOITECEM
(1980 EGIPTO)
Já não importam as chamas da liberdade
Assim como já não tenho pressa de ser enganado
E viver, porque, todos aplausos no néctar
Da emoção têm sentidos estranhos,
Ainda há água turva nestes cabides?
Os charlatães são lavados, neste jogo, apanhados e
Acorrentados sentados;
Já fui alvo nos debates e, nos aplausos da plateia,
Zungaram venenos para secar os meus lábios
Silenciaram a nudez nas rochas! Onde os passos
Anunciavam as eras, da asneiras da minha geração!
Cuidado com o que me fazeis!!!
Os passos marcados no chão não retrocedem em vão,
Ainda há um cantar no olhar deste soletrar;
Se perdem no tempo e chamuscam dizeres
Afastam-se de mim e abnegam os meus verdadeiros
Retratos, «aqui as minhas lágrimas anoitecem»
(…) Quem descreverá o meu sentido itinerário
A este presente, atrás dos créditos que não chegam?
Deste luto inebriante de promessas a passos divididos?...
Quem?
NA PENUMBRA, DOS SONHOS
(1984 SUDÃO)
Retomaram-se os pés perplexos e hirtos, quando
Lançaram as mãos queimadas na oração…
Fugiu a sombra das vidas, fugiram os corpos das almas,
Imóveis degenerados nas coordenadas
Desta penumbra…
Começou assim, o hino num olhar labirinto,
A clareza despida das nuvens, sob a harmonia nos
Catetos dessa imobilidade, agora nas palmas algemadas;
(…) Escrupulosamente uniram-se as mãos em febre,
Tudo porque não havia espaço para enxergar os sonhos (…)
O coro é o mesmo, e…
Foi deixado assim... na dependência dos inocentes e
Independente da sombra perseguida,
Juro aos que verem e ouviram na penumbra dos sonhos!
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