sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Cabo Verde é o lusófono africano melhor colocado no ranking da Sociedade da Informação

A nona edição do relatório anual Medindo a Sociedade da Informação foi lançada pela União Internacional das Telecomunicações (UIT), a agência das Nações Unidas especializada na área das tecnologias da informação e comunicação. Portugal é o país lusófono melhor colocado no ranking liderado pela Islândia. Brasil está na posição 66 e Cabo Verde, o lusófono africano melhor colocado, em 93º. 

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A edição 2017, lançada quarta-feira (15), conclui que avanços na internet, análise de big data, computação em nuvem e inteligência artificial vão permitir “enormes inovações” e transformar “de forma fundamental” negócios, governos e sociedades, servindo para melhorar os meios de subsistência em todo o mundo.
Segundo o relatório, essa “revolução vai se desenrolar nas próximas décadas com oportunidades, desafios e implicações ainda não plenamente conhecidos”.
Para colher esses benefícios, o documento defende que os países terão que “adotar políticas que sejam propícias à experimentação e inovação ao mesmo tempo que mitiguem possíveis riscos à segurança, privacidade e emprego”.
Índice global e lusófonos
A Islândia lidera o Índice de Desenvolvimento de Tecnologia da Informação e Comunicação, IDI, da UIT em 2017. O país ocupava a segunda posição no ano passado.
Coreia do Sul, Suíça, Dinamarca e Reino Unido completam as primeiras colocações da lista este ano.
O país lusófono melhor colocado no IDI 2017 é Portugal, na 44ª posição, a mesma do ano passado, seguido do Brasil em 66º e Cabo Verde em 93º.
Em 122º lugar está Timor-Leste. São Tomé e Príncipe aparece em 132º, Moçambique em 150º, Angola em 160º e a Guiné-Bissau na 173ª posição.
A região de Macau, na China, aparece em 26º no índice.
Regiões
Há “diferenças consideráveis” entre as regiões do mundo no que diz respeito aos índices de desenvolvimento na área de tecnologia da informação e comunicação.
Segundo o documento da UIT há também grandes diferenças entre os países de cada região e estas são associadas principalmente com os níveis de desenvolvimento econômico.
Américas
Os Estados Unidos e o Canadá lideram o Índice de Desenvolvimento de tecnologia da informação e comunicação, IDI, 2017 da UIT na região das Américas.
Segundo o relatório, o Brasil é um dos maiores mercados de telecomunicações da região. A expectativa é que a qualidade e a cobertura dos serviços melhorem “significativamente” nos próximos anos.
África e Europa
Entre as regiões do mundo, a Europa tem a média mais alta no IDI 2017. As maiores melhorias no índice foram registradas em Chipre e na Turquia.
Segundo o documento, o mercado de telecomunicação em Portugal tem visto um “desenvolvimento positivo”.
Na 72ª posição, as Ilhas Maurícias são o país africano melhor colocado no índice.  O continente também abriga dois dos países com as “melhoras mais dinâmicas” nos valores de seus IDI durante o ano: Namíbia e Gabão.
O chefe da UIT, Houlin Zhao, afirmou que as tecnologias de informação e comunicação, Tics, têm o “potencial de fazer do mundo um lugar melhor e contribuir imensamente para o desenvolvimento sustentável”.

No entanto, ele afirmou que apesar do progresso alcançado em geral, a “divisão digital permanece um desafio que precisa ser abordado”.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Fenómeno Mata-aula

Fenómeno mata-aula

É uma ideia caracterizada como fenómeno sociológico, em que os estudantes das escolas secundárias em Luanda abandonam por livre vontade as salas de aulas para se juntarem com os demais em recintos fechados, onde bebam, fumam e experimentam outras mais variadas experiencias negativas, como a prostituição e o consumo de bebida alcoólica. (Jornal O País, 2015, p.13)
Este fenómeno da perca de valores na sala de aula, da indisponibilidade dos professores e encarregados de educação em dar apoio pedagógico no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. O fenómeno provoca a reunião de centenas de estudantes a partir das Redes Sociais Virtuais, como o facebook e o Wathapp onde planificam as rotas de chegada ao local, o que consumir e como pagar em todas as sextas-feiras.
Para Weber na sua obra conceitos sociológicos, estes grupos possuem uma “Relação Aberta” em que a liberdade de fazer algo é um factor inclusivo e de atracção de mais estudantes. Segundo ele este tipo de associação cuja regra fundamental consista na sua abertura a reciprocidade é uma ideia que norteia o mesmo grupo, pois os membros são guiados pelo objecto da unidade, que é a diversão, sem que se importem com as consequências negativas, para este caso. (p.72)

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Breve análise da obra - As Aventuras ee Ngunga

A poligamia, a pedofilia e a pobreza rural no centro e sul do país, Angola, durante a guerra contra o colonialismo português, são realidades visíveis nas obras de Pepetela. E As Aventuras de Ngunga não fugiu a utopia literária daquele aclamado escritor. É a obra, que me obriga a preludiar esta nota de leitura sobre sobre as três realidades socioculturais, que enfermam a África milenar. Ademais, está o casamento infantil, que na visão de Anthony Kamba, na sua intervenção em Africa in Fact Journal sublinha, a sua difusão massiva em certas partes do mundo, especialmente na África. Segundo a Unicef -   Os cinco países com as maiores taxas observadas de casamentos de crianças no mundo, com idade inferior a 18 anos, são Niger, Chade, Mali, Bangladesh e Guiné.
Embora Angola não figura nesta lista, tenho a plena certeza, que o processo no interior do país permanece vivo.

Além das Aventuras de Ngunga, que de aventuras nada tem, pois viveu num nível de reactor de sobrevivência, quando as circunstancias não exigiam o contrário, contra o opressor colonial; e impor a ideologia empelista era a ética fervorosa a meio de uma ansia independentista – parabéns Pepetela  

Mas qual é a causa do casamento infantil?
Segundo o pesquisador Goitein, na sua obra A Mediterranean Society: The Jewish Communities of the Arab World  explica, que uma das causas é o “dote” – o dote designa os bens ou propriedades dos pais distribuídos a uma filha em seu casamento, em vez de depois da morte dos pais. Esta tem sido uma prática antiga, mas muitas vezes um desafio económico para a família da noiva. A dificuldade em economizar e preservar a riqueza para o dote era comum, especialmente em tempos de dificuldades econômicas, perseguições, ou a apreensão imprevisível da propriedade e economias por taxas discriminatórias, tais como a Jizya (imposto per capita ). Estas dificuldades pressionavam as famílias a desposarem suas filhas, independentemente da sua idade, assim que tivessem recursos para pagar o dote. Assim, Goitein nota que os judeus europeus casam suas filhas mais cedo, uma vez que já tivessem coletado a quantidade esperada para o dote